Sunday, October 09, 2011

Fink - Make it good

Um dia de coisas simples,sem "intento" de coisas mais graves...

Respirar, à espera de "nada" para falhar em sorrisos perpétuos...
Um canino em tom suave, como "nós"....
Sem palavras para continuar...
Next stop...who knows and i love it....

Wednesday, September 28, 2011

Andreas Scholl & Barbara Bonney · Stabat Mater ~ Pergolesi ·


são os meus dedos que acusam o fragmento

os cabelos caem em valsa lenta para o peito que não amamenta a noite
o silêncio do vazio está presente em cada esquina do meu corpo
um mote esquecido o de me lembrar nos braços de mim
nos meus braços o mote esquecido

Thursday, September 22, 2011


No more shall we part to fail once in a while...

Friday, September 09, 2011

Katatonia - Journey Through Pressure


Fala a língua, fala o dedo, a boca

As palavras escrevem-se na pressa das coisas
os sentidos
despenteio o cabelo com os dedos a rasgarem nas entrelinhas
As mãos na cara com o cigarro no abismo
Estou dentro e fora

Tuesday, August 23, 2011


Estou a refazer todos os medos que se insinuam...

Para engolir, diluir e sorrir...
O que os mundos distantes de ti te fazem...
As cicatrizes são ponto cruz....

Saturday, August 13, 2011

Sinto a tua falta meu felino...


SON LUX "Break"

Estou onde me encontro, brincando aos clássicos,com bonecos invisiveis e ao toque das coisas simples...

Hoje estou em mim e com os outros que amo em mim, ao pouco o regresso manifesta-se com poucas palavras...
Uma noite que se espalha pelas ruas estreitas, pelos sussurros pequenos ardidos numa carne que se come meio crua, com sorrisos entreabertos, aturdidos por palavras, contos com dentes nas palavras...
E à volta da mesa dançamos o medo dos outros e os nossos que nos massajam o joelho frio, ansiosos por uma viagem longa...
E no meio das algas insubmersas, coloridas e floreadas de um roxo tímido, assinamos com sorrisos silenciosos...
E neste rastejar de coisas, estamos juntos, com o vocabulário na superfície de um espontâneo entendimento que vai para além de nós...
Somos nesses momentos em que mais ninguém nos vê...

Tuesday, August 09, 2011

Mogwai - Take me somewhere nice

Encontro-me no lugar que toco, naquele onde todas as paredes me respiram e eu beijo, onde o chão me abraça com todos os sentidos, perpetuos ou momentâneos, onde as coisas se entrelaçam sem disturbios...

Encontro-me no pó das roupas adormecidas, quietas pelo tempo de não serem despidas...
Os dedos dos meus pés admiram a madeira envernizada em valsa respirante...
O sofá percorre cada toque de corpo adormecido...
Os quadros tortos soletram quietude...
Os lençois sem vento circundam as coisas invisiveis e eu estou nessas coisas invisiveis
As rugas das paredes desenham a memória e o sol afirma-se nelas numa manhã nua de uma cama que não está vazia, eu estou nela...
A rua está aqui perto com os seuS ruídos para eu observar, tocar a janela e partir para dentro de mim...
As insignificâncias são importâncias pequenas que se tornam grandes...
E os meus lábios vagueiam todos os copos estáticos, a cadeira que não foi sentada, o relógio que não teve corda...
E todas as coisas sublimes ou insublimes ganham vida com um cheiro vindo de um "além" real ...
Do que se sente por todas as coisas visíveis ou invisíveis mas que falam a cada momento Presente...
Estou em mim...
Obrigada

Saturday, July 23, 2011


Visto-me de unhas, tentáculos, pinças para me despirem a pele da dúvida...Today i´m a Drrrrama Queen!

Tuesday, July 19, 2011

SON LUX "STAY"

E se as minhas mãos se multiplicassem para tocarem todos os recantos, esquinas, vielas ausentes

O meu cigarro iria esmagar-se contra o chão para eu lentamente me despir das caminhadas nocturnas a que me ofereço lentamente, numa quase vida paginada pelo momento suspenso
Vou ficar por onde todos os ruídos se dispersam e dançar com o meu ouvido encostado ao chão

Tuesday, July 12, 2011

Weightless by Erika Janunger


E se nos olhássemos no mesmo tempo, o meu e o teu, se todas as coisas simples existissem ao tempo de um "nós" se vestir em silêncio...

As palavras não seriam ruidosas ou necessárias para escavarem sensações...
Trago-te nos sentidos, no corpo, na vontade do momento efémero...
Eu sou o abismo
Eu sou o pensar para além do momento
Vingo-me em mim por te querer em mim
Ausento-me de ti por te querer em mim
Porque o momento, do momento, do viver em momento,sentir em momento
Não faz a eternidade perdurar neste dueto químico
Mais perto
Mais perto de ti
Em Futuro incógnito a sorrir sem medo do corpo

Saturday, June 25, 2011


Try me...

I´m your best nightmare...

Friday, June 24, 2011

Jeff Buckley - "Hallelujah"

À minha Mãe Rita à Tânia e à Julieta

A Morte, a Vida, a despedida, o conforto, o desconforto, o medo de não mais tocar o corpo que partiu, a Mãe que deu à Luz, a Mãe que educou, teve medo, a Mãe que beijou abraçou, ensinou palavras sábias e foi guerreira. A Mãe que nos dá um beijo ao deitar e chama a Razão para dentro de nós, o Coração para fora de nós, que passa a mão pelas nossas cabeças redondas e as faz ainda mais redondas, que nos faz sair da redoma e nos empurra para viver, aos poucos ou com tudo ao mesmo tempo, com lágrimas ou sem elas, com suspiros ou refugios, a correr ou em câmara lenta, na noite ou no dia, com ou sem, mais ou menos, falhas perfeitas, demónios com asas de anjos ou apenas anjos que dormem, acordam, no primeiro beijo do seio que alimenta o corpo e alma e nos faz ser gigantes e sorri até as rugas se arrastarem pelo Tempo que é nosso e de outros, dos desconhecidos que não sabemos história, dos nossos que sabemos coisas saltitantes ou nem tanto...
A Ela, agarramo-nos com todas as forças que temos,porque a queremos para nós Sempre. Fingimos que não ouvimos o que não queremos ouvir, sussurramos-lhe ao ouvido, pé ante pé, para não nos assustarmos...Ela já sabe antes de nós sabermos que as coisas não são permanência ou impermanência, levam-nos sempre nos dentes,onde quer que vá, não nos deixa nunca, lambe-nos as feridas suavemente com língua áspera ou sedosa, felina ou canina, humana, intuitiva, eterna, moderna, eterea,carismática, suave, frágil,forte,suada, bela,simbólica, metafórica,aguda ou grave, tanto ou pouco, a dizer coisas em profundo modo, com risos ou séria, sempre a respirar por nós e por elas, sempre a sentirem as coisas más e boas, sem pudores disléxicos ou métricas inoportunas que não fluem. Sempre alerta com ou sem sentido, mas sempre alerta, porque a cria está primeiro, e as garras soletram-se uma a uma, e estão lá para nos fazer escapar da penumbra, da sombra, do invisivel que não é sadio, do visivel que se estampa nas nossas paredes. Aceitam, aceitam-nos,convictas,com verdade que nos passa pelo ombro, para trás de nós e não conseguimos voltar a cabeça para o Passado ou o Presente, porque já estamos no Futuro e desejamos viver com tudo.
Porque o almoço, o jantar, o lanche, ou a pequena coisa para trincar é sempre importante para não desfalecermos nesta incógnita corrosiva ou airosa que nos faz acordar, respirar, resmungar, sentir e adormecer. E a Mãe é sempre mágica porque nos cala com uma boa frase ou uma boa refeição, pensa em tudo até como nos devemos , sentir e Ser, mas sempre no caminho de um bom Pecado.
Mãe, MÃE, mÃE, mÃE, mãe, Mãe, Mãe,Mãe, esta palavra nunca me parece disforme....
Mama Rita I Love You.


Wednesday, June 22, 2011

Alpha - Burn Me Again


Ontem vi um Pierrot nas ruas ensurdecedoras da cidade

Gostei
Hoje vi dois lençóis repousarem numa janela embaraçados de se abraçarem
O vento
Gostei
Fui viajar a um destino que ao toque de dois dedos ninguém estava para eu me acudir
Respirei, dancei uma valsa rápida com o meu próprio corpo
Repousei num café com uma mesa para me aparar e o vento para me afugentar
O comboio fez marcha atrás e levou-me até onde pedi...
Toquei a mesma pessoa duas vezes sem saber...olhámo-nos e rimo-nos em segredo...
Eu continuei a rir num solo, em segredo para ninguém desconfiar...
Voltei à casa em que o ferrolho se encerra numa estação a meio do desejo...
E vou ditando palavras a mim própria para que me acredite sem dúvidas obscuras ou qualquer coisa parecida...
Ainda estou à minha espera para pintar as unhas de vermelho e acordar...


Saturday, June 18, 2011

Alpha - Somewhere not here

Não sei onde estar aos poucos...

Ou estou em tudo ou em nada...
Sobejo-me de estar em coisas quase pouco permanentes...
Onde sinto e não sinto, onde Deus ata a meia ao Diabo...
Em qualquer lado menos naquele onde estou, a mergulhar para ondas de penumbras que fogem...
Quero estar dentro de mim..
Onde o vento passa e sentes frio mas permaneces de olhos fechados numa toalha vigilante...
Onde os passos são silenciosos mas és tu porque sentes todas as negras...
Onde as memórias se sentam a teu lado e sentes que são memórias felizes mas que se invadem
Quase que tudo é felizmente permanente no estar Presente.
Em que Deus beija os pés sem saberes e procuras nas navegações temporárias, respiradas de mundos rebeldes a ti...
Qual o subito instante da pele em que gritas o desconforto quando o dedo de Deus te toca?
É esse, o que não sabes, mas que sentes...
Somewhere out/in here...

Wednesday, June 15, 2011

Fever Ray 'When I Grow Up'

Todos os dias te agradeço e te mando um beijo.

Sinto o teu cumprimento de bigodes infinitos no meu rosto que acorda,vive as horas e adormece.
Esta coisa de cairem gotas de olhos castanhos com pestanas faz doer porque é uma coisa que se diz saudade.
Tenho saudades tuas minha pureza...
O amor incondicional é deitar palavras para o mundo que se sentem com tanta força que nem nós conseguimos aguentá-las...são só palavras...
são menos daquilo que és...és mais, deste mais do que palavras...
Mas eu simplesmente assim sei fazer...
Palavras contigo dentro...
E aqui me repito, sempre, sem sentir que é demais ou menos, é simplesmente...

Tuesday, June 07, 2011

Vou doer-me, vais doer-me, dói-me...

Sem respirar prúridos ou coisas que se sentem...
A humildade quase pouca e egoista por te querer sentir na plenitude...
As nossas cabeças imaginam-te a saltar mundos e coisas simples
As nossas cabeças amam-te com todos os sentidos para parar o coração
Amamos-te com o coração, com a alma com todas as garras
para nos podermos arranhar...
com a tua falta...
Solene, em ti,
Solene em ti, solene ti solene em ti
Não me dês palavras
eu sou te posso dar isso
és mais do que eu por isso te sinto tanto...
tanto que as coisas mundanas se vão desmitificar para um outro lado sem fé...
Meu lindo, meu amor, meus olhos que eu amo porque os quero ler...
Por isso a justiça me visitou e me doeu...
Por ser justo partires mesmo que eu não achasse justo...
mas por Amor deixas partir...
mas por Amor deixas partir...
E uma parte de ti morre, porque sabes que deixar partir é viver...
A ti meu felino...

Friday, June 03, 2011

E se um momento deixasses de respirar

e eu deixasse de ver
sentir
E se não pudesse tocar mais na tua pele rosada cheia de sonhos transparentes e puros
E se os berlindes não fossem mais olhos para eu sorrir
Se este momento trespassasse mais que a mim
Seriamos nós, quietos, lentamente, a olharmo-nos...
Tu puro...
Eu com mágoas humanas, mas amar-te sempre...delicadamente...
Heroe em valsa lenta, num conto exemplar que desmaia...
Ainda quero que me arranques as rugas ao som pontiagudo da tua unha...
Ainda preciso do teu nariz na minha boca sem palavras...
o meu egoismo ainda precisa da tua respiração...
desculpa...
preciso de ti...
tornei-me pequenina ao pensar que não és no meus dias...
As minha mãos contraem-se, beijam-se os dedos, uns contra aos outros cheios de força...
e o resto do meu corpo, disfarça aos poucos, desapareceu aos poucos, sem legitimo lugar...

Wednesday, May 25, 2011

Gosto de sorrir sozinha...

Tuesday, May 24, 2011

joanna newsom - sprout and the bean

Café Au Lait

Pudesse eu sentir-te uma vez mais...

a meu colo...
as minhas mãos a viajarem pela tua cabeça...
A tua cabeça contra os meus dedos que estalam...
Beijar-te o nariz rosado e a tua língua a espreitar de satisfação...
O cadeirão felino e tu deitado nele
e o teu sono sonoro embalado pela música
e os teus olhos brilhantes numa janela junto ao mar e eu a contemplar-te
Abrir a porta e tu à minha espera a dançar nas minhas pernas, o teu corpo a esfregar-se no chão...
os teus olhos brilhantes, curiosos...
Posso eu ver-te assim mais dias e mais horas...
Deixa-me...
Deixa-me sentir o teu peso no meu corpo nocturno
Na minha cama que amanhece
Deixa-me abraçar-te até soltares aquele som que me faz sorrir quando te aperto...
Deixa-me ver-te correr pelo corredor, pela sala, pelo quarto, pelas cadeiras que rugem ao teu sentar
Deixa-me abrir-te a janela para veres as coisas simples lá fora...
Vou esperar por esse dia, fechar os olhos e respirar
Amo-te

Friday, May 20, 2011


Vou crispar-me sem ruídos. Adulterar-me para que os meus musculos não cedam a qualquer coisa redundante.

A veia da minha testa vai latejando ...
Make a wish and you´re dead...

Wednesday, May 18, 2011


Hoje o meu corpo tremeu ao olhar de desconhecidos, ao prazer das folhas que se desvanecem do chão e que antes abraçavam os galhos...

A chuva entrou-me nos poros sem me proteger...caminhei só, perdi-me nos jardins,vi um pato a "dormir" e fiquei com medo de dizer que morreu...
E agora vou achar estas palavras ridículas porque não se enfeitam...
O pato não se enfeitou antes de morrer...
Caminhámos três em passos duplos, assentámos os pés num chão com uma mesa por cima....
Relatamo-nos sem invasões ou sem suor, apenas com silêncios ou lábios que mais uma vez se encontram com cigarros guardados que se aguardam numa caixa silenciosa...
As palavras vão assentando-se na mesa de pedra, juntamente com as beatas...
E consumimo-nos com as ideias de nós para nós...
ausentes do medo...
Nós...

Tuesday, May 10, 2011

E se num momento me condeno ao chão mortal, respiro para não mais doer a pensar na Morte...

Hoje os lábios e unhas vermelhas, envergam uma camisa azul com um colar de pérolas feito de fingidos valores....
O cabelo arrebata-se silencioso junto á pele com uns óculos de sol satisfeitos...
E os passos sem efeitos sonoros vagueiam pelas ruas de um subúrbio sobejamente conhecido pelos pés e pela alma...

Saturday, May 07, 2011

I love it...

Blessed me...

oiço para não me escutar...

para não me sentir aos poucos
Os poucos que se intitulam renascentes
mas que morrem por uma espera eterna que não escapa ao sentido
todos vestimos uma indignação fervorosa porque sabemos o que fazer lentamente sem bocejos...
Com ou sem respostas acordamos com um destino diluído, sem respirar...
Vou espantar-me devagar porque sou sovina...

Quando todas as almas se invadem para não se escutarem

Os prelúdios pequenos, silenciosos redimem-se desconexos...
Quatro de espadas num agudo suspenso em surpreendente voz...
Na veloz voz de inquietação...
Invado-me porque não me inquieto
Sempre sem sentido...


"No more "shell" we part..."

Cage....


Tuesday, April 19, 2011

Em silêncio

Para escutar todas as passagens...

Tuesday, March 29, 2011

I feel you...

No more words to undressed feelings...

Friday, March 25, 2011


Num desfiladeiro de palavras incompletas soltam-se os pensamentos em segredo

Em tonalidades disformes, em datas não repetidas
sinto as mesmas palavras ansiosas ou sem anseio
Sinto uma viagem recolhida de memórias partilhadas
Om silêncio desvanecido
Pausas concretas
Os dedos enforcam-se
O verniz ainda brilhante sucumbe numa estática tensão
O meu memorial de palavras tocam-me o corpo hoje
Apetecia-me perguntar onde nos encontramos lúcidos


Tuesday, March 22, 2011


Na hora de uma inconsistência efémera as paredes respiram fundo e abalam-se...

Num desconhecimento de uma propriedade conhecida em surdos modos...

Vou fazer uma lista e clicar em mim própria como uma certeza indefinida e acreditar que sou um numero exclusivo....

No more words for vintage thoughts...

Thursday, March 17, 2011

E vamos desenhar desenhos na parede, fazer traços e perceber onde existimos
Tremermos por dentro...
Trocar canções e sons que nos vislumbram ou nos deixam mais frágeis
Ao solo de um Verão, com uma praia quase deserta, com os corpos molhados, com aquele desejo imberbe, quase incontrolável
Viver noites a Sul, sem querer saber onde acordar
Apenas acordar e voltar a olhar nos olhos
Fingir que outros não existem nesse sabor...
Visitar solos desconhecidos pelas palavras antigas e inventar palavras novas
Mais perto...
Mais perto de ti...
Mais perto de mim...
Nos encontros, desencontros que nos toldam o corpo e os sentidos
Mas sentir...
Ao amanhã do acordar um toque suave, uma respiração...
Mais perto...
E o Inverno sente-se, e o calor abraça, a pouco e pouco, devagarinho para espantar o medo
Medo das frieiras ou das cicatrizes
Medo das coisas simples, tal como estas palavras, simples...
A simplicidade de dois passos compassados, sem palavras
Tocando a areia
Tocando-te,tocando-me
Em ti, em mim...
Mais perto.

Amor em R. Maior

Os diálogos distantes, os silêncios presentes, sinto-te sempre.
Uma equação sempre em fios invisiveis
Queria estar com Matilde e num esgar de movimentos sem sentido estarmos para além de nós
Oiço-te ao tocar-me
Sinto a tua voz cheia de despidos rumores
Em ti
Vamos parar, falhar sem rodeios como almas cor de rosa
Dançar numa sala e partir candeeiros para depois dançar com os vestidos intermináveis que se apoderam das nossas cabeças
As palavras vão descrevendo o sim e o não, o ser e não ser, corrosivas crenças que não se abandonam
Os dedos dos pés tocam solilóquios, monólogos de nós para o vazio
Fossem os meus braços gigantes estradas e já te abraçava sem palavras, só com a pele
A seguir, um dueto, pausado, lento, com movimentos que assolam aforismos para não nos perdermos
De seguida um foco até ao branco da sombra, uma respiração
Em silêncio trocaríamos de roupa
A fuga para o frenético espaço de espelhos que não queremos olhar
Queria estar na estrada com o sol a queimar-me
Queria os óculos a tocarem na areia
Queria a noite no pátio e as conversas longas
Queria o burburinho a descer-me pela garganta
Queria os teus passos a descer as escadas a morderem a parede laranja
O dueto contínuo visita palestras infindáveis
Aqui e ali, no escuro ou na Presente luz, com palavras, sem ela...
Eu e tu, tu eu, Sempre

Thursday, March 03, 2011


be strong and be a vicious of the others needs...

If you´re not capable of carrying yourself, be gentle and let the others take care of your lost soul...

You´re safe in the state of not being

Tuesday, March 01, 2011

A manhã
Um sinal sonoro e a minha boca ouve o ruído
Uma manhã Presente e o corpo ressuscita
Os corpos deambulam pelas extremidades e por dentro
Bem fundo, para não se esquecerem
A quase noite
Apressa-me o corpo
O regresso
Em, voz, não em surdina, em voz, em cada palavra, a cada passo de uma sílaba bem dedilhada
Vou zelar pela lã cor de rosa que se enleia nas agulhas das estações que passam
O comboio a correr para apanhar o outro
As janelas cruzam-se e vários olhares mergulham
Cabelos, curtos, compridos, outros apanhados a voar pelos assentos estáticos mas não silenciosos
"Ouvi o carro, fui para a cama. Depois levantei-me, vesti a bata e fui buscar uma faca á cozinha..."no more songs for my silent hears...
Os carris ecoavam-lhe na cara, perto dos olhos
As agulhas paravam a lã cor de rosa que se desfia, á medida que as suas palavras tocavam os olhos despertos
Desfia palavras, não mundanas, as de si para si, ouvidas pelo mundo para se ouvir a si própria
Tears are dry, smile with pride
Clarice no meu colo, embalada, com a cara virada para baixo
Não se mexeu
Next stop: Myself
Até onde vai a lã cor de rosa desfiar-se?
Next stop: a lost train

Sunday, February 27, 2011

White House for solid souls

A manhã silencia-se ao ouvido, despida de palavras.
Os olhos, mornos de baço quente acordam intermitentes.
Um dedo do pé escalda o chão
Um movimento sereno arrepia-se
Dois observadores inquietos viajam entre os passos
Soil and spoiled
Ficam ausentes ao cimo das escadas
Na espera do próximo instante
Os passos apressados tocam palavras com o alcatrão sadio e fresco de uma manhã pouco lavrada
As casas correm em azul e amarelo com o sol a tocar-lhes a boca
O verde frenético invade o rugido do momento apressado
A respiração ruborizada solta-se nas oliveiras permanentes, estanques, inquietas para soltarem os pés das sua raízes e voarem com Icaro
Uma estrada com traços brancos reclama a sua setença
Respiro, sem saber
Corro, sem saber
As vozes de uma Aldeia Branca vão tocando os meus olhos, as minha mãos, os meus pés insolentes
Esta corrida que viaja por vozes masculinas, enrugadas, encostadas a um "Stop"
A paragem da "carreira" também se afirma com multidão
Respiro
Entro na "loja" da minha essência e reclamo um olhar daquela que me sente para sempre "eu"
Amo-a sempre, sempre e as palavras não existem...
A porta abre-se
Ao cimo das escadas estão á minha espera
os "ausentes" que me acordaram para respirar...
Soil and spoiled in "blank" i am...

Saturday, February 19, 2011

Cidade de ruídos virginais

A cidade fugiu-me.
um Inverno,
uma Primavera,
um Verão,
um Outono. Umas gotas geladas de Inverno

Encontrei-a.
Com os seu ruídos, as suas pessoas vagueando pelas ruas que dançam verticais.
A luz, assoma-se serena, irrompe qualquer silêncio e respira a alma.
Piso a calçada, sinto a calçada numa euforia secreta, imperturbável.
Fecho os olhos por dentro para ninguém me ver
ser invisível/indivisível para invadir...
O Presente solene nas caminhadas encontradas ou perdidas, efémeras
Uma cadeira que me senta para sentir os ruídos milagrosos de uma respiração...
Vozes anonimas que se atiram
Vão e veem, embaladas no seu discurso sôfrego, paciente, pálido
Vestes modernas, antigas, param, correm, lamentam um atraso
Uns segredam que amam, outros gritam
Há os votos de silêncio que não se comprometem com os movimentos mundanos
São oblíquos momentos que se dissipam com o cheiro da cidade
Do cheiro a castanhas, que se exalta á entrada da estação
O homem que vende livros e pinta sapatos
Seus braços viajam, enquanto a sua cabeça, procura...
palavras, sentidos, rugidos ou filtros para um cigarro...
E a cidade, continua emergente, rolante, sem o tempo contado para estórias imberbes ou redundantes.
Está em si, habita-se.
Dias coreografados, mas sempre diferentes...
Nunca ausentes...