Thursday, March 17, 2011

Amor em R. Maior

Os diálogos distantes, os silêncios presentes, sinto-te sempre.
Uma equação sempre em fios invisiveis
Queria estar com Matilde e num esgar de movimentos sem sentido estarmos para além de nós
Oiço-te ao tocar-me
Sinto a tua voz cheia de despidos rumores
Em ti
Vamos parar, falhar sem rodeios como almas cor de rosa
Dançar numa sala e partir candeeiros para depois dançar com os vestidos intermináveis que se apoderam das nossas cabeças
As palavras vão descrevendo o sim e o não, o ser e não ser, corrosivas crenças que não se abandonam
Os dedos dos pés tocam solilóquios, monólogos de nós para o vazio
Fossem os meus braços gigantes estradas e já te abraçava sem palavras, só com a pele
A seguir, um dueto, pausado, lento, com movimentos que assolam aforismos para não nos perdermos
De seguida um foco até ao branco da sombra, uma respiração
Em silêncio trocaríamos de roupa
A fuga para o frenético espaço de espelhos que não queremos olhar
Queria estar na estrada com o sol a queimar-me
Queria os óculos a tocarem na areia
Queria a noite no pátio e as conversas longas
Queria o burburinho a descer-me pela garganta
Queria os teus passos a descer as escadas a morderem a parede laranja
O dueto contínuo visita palestras infindáveis
Aqui e ali, no escuro ou na Presente luz, com palavras, sem ela...
Eu e tu, tu eu, Sempre

2 comments:

como1livroaberto said...

eu e tu e tu e eu. haverá sempre nós. isso dá-me força, energia e vontade de viver. ainda não sei quando a Matilde irá descer vestida de branco num cenário laranja... talvez um dia. talvez nesse dia ela encontre ainda mais paz do que aquela que nasce nos nossos diálogos. amo-te

Vanity Chair said...

Vai descer majestosa em laranja, rosa ou numa cor silenciosa, mas irá descer Matilde, a tocar uma divindade, a de ela mesma, com paz...