Thursday, June 21, 2012

A entrar no meu Tempo vagarosamente sem me perturbar repentinamente
A entrar no meu Tempo sem o céu escurecer para me esconder
e os Homens pequeninos que se evadem pela manhã
Pausam-se
Os meus dedos colhem os Homens pequeninos
E a Senhora Gorda que ontem não caiu
Olhou-me gorda pela manhã
A tarde frustrou-me
e fui alada ao outro lado do rio
regressei à cidade da minha Luz
Abracei Nova Iorque de tranças
E as coisas com sons foram sendo coisas
E desapareci a subir pelos meus pecados de silêncio

Saturday, June 09, 2012

Quantas não sou eu mais de mim e quero ser mais, com o interludio provavel de ser eu
Com as escamas minusculas que vão caindo para o chão
Prateadas num solo escondido de negro
Com vestidos que foram saias noutras guerras esculpidas
Quantas não sou eu mais de mim e quero ser medo, com o interludio provavel de ser eu
com pés cheios de líquido de uma dança sorridente
no desejo de uma madrugada com lábios pretos de expressão
e os ventos que fazem cair o tecto de neve por cima de cabelos pensantes
Quantas não sou eu mais de mim e quero ser livre dos pós da memória que ainda não chegou
Presente receio de me afundar nos olhos de alguém e não respirar nas histórias que se contam

Quantas sou eu mais de mim por querer ser tudo e definhar na minha implacável probabilidade contagem de sonoros movimentos decrescentes até o silêncio ser mais de mim

Saturday, June 02, 2012

E o meu espectro ficou na magnólia com a cara a derreter para o chão de sementes vermelhas que cheiram a terra.
Os intrusos suspiros, suspeitos de cansaço, libertam as vozes criança. Atira o desejo ao ar e saboreia o beijo no céu vigilante onde moram os deuses mudos, nus, pálidos,mármores...
Quero visitar-te lentamente para não me assustar,passando a língua pelos dedos quentes...
Hoje estás/estou, as horas seguintes respiram sem permitir perseguições...
O açaime vigia os passos da boca para não sair poesia prematura...
Os cigarros contemplam o fumo que desmaia o corpo rebelde com vontade de não se mover...
Quanto Não me diz a Alma e se escapa para o suícidio
Imberbe coerência...
A olhar os musculos dos braços e apreciar a vontade de um manifesto sedoso...
os braços nos braços a percorrerem pele mas com profundo saber de onde não vai dar o Destino
E a Natureza impõe-se com flores brancas num jardim quieto, onde um vestido azul caminha, com passos cintilantes, na sombra de uma espera inquieta...
segrega-te/segreda-te o movimento impossivel e serás sempre ao tempo de um sonho em bicos de pés...