Sunday, February 27, 2011

White House for solid souls

A manhã silencia-se ao ouvido, despida de palavras.
Os olhos, mornos de baço quente acordam intermitentes.
Um dedo do pé escalda o chão
Um movimento sereno arrepia-se
Dois observadores inquietos viajam entre os passos
Soil and spoiled
Ficam ausentes ao cimo das escadas
Na espera do próximo instante
Os passos apressados tocam palavras com o alcatrão sadio e fresco de uma manhã pouco lavrada
As casas correm em azul e amarelo com o sol a tocar-lhes a boca
O verde frenético invade o rugido do momento apressado
A respiração ruborizada solta-se nas oliveiras permanentes, estanques, inquietas para soltarem os pés das sua raízes e voarem com Icaro
Uma estrada com traços brancos reclama a sua setença
Respiro, sem saber
Corro, sem saber
As vozes de uma Aldeia Branca vão tocando os meus olhos, as minha mãos, os meus pés insolentes
Esta corrida que viaja por vozes masculinas, enrugadas, encostadas a um "Stop"
A paragem da "carreira" também se afirma com multidão
Respiro
Entro na "loja" da minha essência e reclamo um olhar daquela que me sente para sempre "eu"
Amo-a sempre, sempre e as palavras não existem...
A porta abre-se
Ao cimo das escadas estão á minha espera
os "ausentes" que me acordaram para respirar...
Soil and spoiled in "blank" i am...

Saturday, February 19, 2011

Cidade de ruídos virginais

A cidade fugiu-me.
um Inverno,
uma Primavera,
um Verão,
um Outono. Umas gotas geladas de Inverno

Encontrei-a.
Com os seu ruídos, as suas pessoas vagueando pelas ruas que dançam verticais.
A luz, assoma-se serena, irrompe qualquer silêncio e respira a alma.
Piso a calçada, sinto a calçada numa euforia secreta, imperturbável.
Fecho os olhos por dentro para ninguém me ver
ser invisível/indivisível para invadir...
O Presente solene nas caminhadas encontradas ou perdidas, efémeras
Uma cadeira que me senta para sentir os ruídos milagrosos de uma respiração...
Vozes anonimas que se atiram
Vão e veem, embaladas no seu discurso sôfrego, paciente, pálido
Vestes modernas, antigas, param, correm, lamentam um atraso
Uns segredam que amam, outros gritam
Há os votos de silêncio que não se comprometem com os movimentos mundanos
São oblíquos momentos que se dissipam com o cheiro da cidade
Do cheiro a castanhas, que se exalta á entrada da estação
O homem que vende livros e pinta sapatos
Seus braços viajam, enquanto a sua cabeça, procura...
palavras, sentidos, rugidos ou filtros para um cigarro...
E a cidade, continua emergente, rolante, sem o tempo contado para estórias imberbes ou redundantes.
Está em si, habita-se.
Dias coreografados, mas sempre diferentes...
Nunca ausentes...