Saturday, December 27, 2014

A rua com frio
Os ruídos frescos de uma manhã quase do Presente
A despedida nos olhos em fuga
Peço perdão à tua alma com fogo na boca
Perdão

Wednesday, December 17, 2014

Monday, December 15, 2014

Olha-me pelos olhos e não pelos poros
Dá-me palavras com esquecimentos dentro delas
Sussurro na pele até ao outro lado do mar
Não sei onde fica o outro lado
Encurta a distância com o corpo
Sem que o corpo se toque
Vinga-te nos lábios até adormecer
Até o rosto doer

Olha-me nos olhos até que termine o cigarro
Depois, o tempo morre dentro dele e mentol com malvas
Depois o tempo ressuscita com os dedos na alma
E a sala dança uma valsa a exterminar o frio
A gola "degola"o obvio da palavra
E o quarto adormece com uma almofada branca

Olha-me invisível nos ruídos das vozes que pernoitaram na minha casa
E na minha cara anoiteceram palavras e eu a desejar caminhar
Com o meu corpo a tocar o passeio que desmaia no rio silencioso
Silencioso rio que me faz transbordar

Olho-me nos olhos e o mar está perto...


Thursday, November 27, 2014

Tenho os pés molhados de te dançar na chuva

Saturday, November 22, 2014

Não me procures para me encontrar
Encontra-me do lado esquerdo do hábito
Não me encontres com madrugadas pouco oportunas
Porque sadia é a noite quente
Não me encontres com poemas dificeis
Não te despojes com poemas fáceis
Em que a palavra se abraça perversa
Procura-me porque sim
Porque em todos os instantes foste tu 
Porque acordar é tudo no momento
Porque os meus olhos se escondem nos teus braços e não sabem como fugir...

Friday, November 14, 2014



Corpo seco
Corpo da terra
Telúrico
Mais olhos que palavras
Amor rude
Força terna
Carinho tenro
Dedos duros, fendas até tocar a árvore que morre
Até tocar sempre no silêncio
Até tocar a palavra depois das rugas e cabelos brancos e com lágrimas instantes
E chorar o Amor no tempo tarde demais
Uma varanda a tocar as nuvens e o corpo frágil
E o silêncio das tuas mãos fortes a segurar para o vento não levar
A tua verdade crua generosa e honrada
Amor pelas sementes puras
Com planícies, sóis quentes para acariciar à distância o coração
Procura a minha rua, não tenhas medo
Encontraste eu estou aqui
Encontraste
E visitaste as minhas paredes, o chão de madeira,sorriste,sorrimos,abraços e a cidade esculpida
Encontraste nos teus passeios solitários
Herdei-te nos passeios solitários, o silêncio
Telúrico a tocar céu
O pouco de mim que posso dizer de ti
O desejo dos teus olhos estão perto de encontrar
A Paz que que queres tocar

Avô (José Soares Pires)


Wednesday, November 12, 2014

Vou deixar-te porque amanhã quero ser Eu com o meu cabelo novo...

Saturday, November 08, 2014

Esta é a memória do Presente, o instante
Em que tudo se toca e me apetece tocar alguem, dentro e fora
Não sei qual o limite para fechar os olhos e começar de novo para contornar dedos e lábios, pele fucsia ou transparente...
Em que de repente peles são noivas uma da outra sem palavras
Quase a tocar a verdade para serem mentira uma da outra
Quase tudo para começar de novo no sentido oposto
E mais uma memória ao som do mar para me atormentar segredos vivos
E mais os teus olhos na distância de uma eternidade com tempo contado
E sou eu com semblantes de todas as maneiras com o coração vivo
E és tu  no desconhecido a apagar chagas invisiveis
E és tu que não sei quem és a procurar-me dentro
E sou eu a procurar-me mais do que palavras...
O piano termina...eu também não

Saturday, August 02, 2014

Tudo existe,tudo é maior
Se as gotas se cruzam com dedos cruzados
Se os olhos não se aniquilam para tocar palavras
Se tu és para eu não ser
Se eu sou para tu não seres
Se somos para nos contornarmos
Se existimos para impossibilidade
Peter Pan beija os lábios prateados
E logo as asas se queimam nas coxas silenciosas
Tudo existe,tudo é maior
quando o Amor não é
Dentro das palavras
Mas no coração
E o coração fora dele
Tudo existe, tudo em pouco ou em menor maior
De poucas palavras em mal menor ou mais
E a tua mão que beijo é o instante de qualquer coisa

Saturday, February 15, 2014

Sento-me num Sol secreto  á espera da sombra
O som do mármore no corpo solene espreita no fumo solto, eloquente de uma boca semicerrada
A noite permanece sentada, aguardando o Destino de se aproximar,deliquente
nas formas que ainda não se sentem, que não se tocam
Sento-me no Sol secreto, descoberto a entrar pelas minhas rugas, pelas gotas secas da minha pele, pelos  resquícios de uma praia deserta com dois corpos nus enfrentando o som das ondas
A noite permanece sentada, aguardando o Destino de se aproximar, silenciosa
A memória repete-se, fragmentada, e regressa ao lugar do frio e do quente, do abraço e do beijo, de um comboio a naufragar num líquido de sapatos pretos envernizados
Uma viagem contínua mas suspensa
Um viajante que cerca as suas palavras no deserto  raro de areia inundada de pegadas
Sento-me no Sol secreto a guardar na palma da mão a ultima sombra
Aquela que a noite irá roubar com rubor displicente
Vagarosamente, os dedos das mãos,
Vagarosamente o braço a pender
Vagarosamente o ombro acompanha
E todo o corpo desliza num suspiro cálido
O vazio

E a promessa da Alma

Friday, January 31, 2014



Silêncio porque és tu
Silêncio porque não questionas
Silêncio porque amas incondicionalmente
 e os dedos dos pés,das mãos são para falhar
Silêncio porque Amar é falhar
Silêncio sem deturpações vivenciais
Silêncio porque me amas sem convenções
Silêncio porque amas para além do desalento 
Silêncio porque te amo com o conhecimento que me deste na pele, na respiração, na quase morte da melancolia
Silêncio porque me abraçaste para caminhar pé ante pé nas pedras sozinhas
Tantos Silêncios felizes ou infelizes a caminhar no riso
Tantas palavras ao ouvido que ecoam grandes imperfeitas me fizeram feliz com o Silêncio

Tu és o meu Silêncio mais perfeito, o deserto mais perfeito
Nesse deserto sombrio sem movimentos, sem coisas palpaveis eu estou cheia
De ti, das tuas palavras, vivas ou mortas, felizes ou imperfeitas
Porque comigo estás a tocar todos os gritos ou sorrisos~
Até o espelho da parede que pode cair ou o beijo seguinte que te dou quando posso estar contigo para te acordar de um sono, com outro beijo ou um copo de leite e mais um beijo
Silenciar os teus movimentos mais mundanos e ser eu a gritá-los e poderes descansar das tua insónias
E na manha seguinte ser eu a tua guia das horas e minutos que se apertam
Ès o meu Silêncio e eu o teu com todas as almas e vísceras a gritar por este Amor mais que dito incondicional
Simples, porque é ...
Silencioso   

Na penumbra desse monte vadio em que te escondes
Está o grito das mulheres de lenço preto que apagam as lágrimas nos lenços secos
Na penumbra desse monte baldio está o corpo das vontades vivas
Chora o corpo presente , choro o corpo nascente
Aquele que todos os momentos foram o toque  da tua respiração
Dos sorrisos fertéis para um pé na toada da terra
Da celebração das coisas todas e todas elas juntas
Da mesa farta de coisas belas e líquidos acentuados
Uma penumbra de memorias fúnebres e esfumaçadas
Um dedo ao olhar que te amo
Um beijo ao jeito de despedida escondido no lençois
Pouco etéreos ou práticos só esses, aqueles a que não se ditam nome
Porque são viajantes e não ausentes sob a forma que não se quer dar
Sorrio ao literar estes dedos numa consolação
Verdadeira

Porque é esta a Paz que sinto no Caos que me faz Amar sempre

Friday, January 17, 2014

Abrigo-me lentamente no teu poiso solene, abrigado
Abrigo-me no teu instante nobre e silencioso
Abrigo-me no teu sangue sereno,rebelde,incondicional
Abraço aos poucos de poisos a uma distância tão longe e tão perto
a tua voz a um abrigo de silêncios com Paz
a tua voz bela, com abraços
Esses abraços com vozes profundas mesmo distantes
As palavras sós, atropelam-se porque não falam mais do que tu
Eu abrigada nessa distância segura de um abraço teu
E ao mesmo tempo sempre, abrigada, segura
Ès mais que as palavras ou coisas ditas
És mais do que tu em ti
És mais do que eu porque me sentiste
Eu sou porque me sentiste
Eu sou porque estás em mim
Tu és tudo com tudo
Coração,Grito, Paixão, Amor, Força,Dor,Amor,Amor,Amor
Sem palavras
Só és
Instantes Perpétuos, sempre
Abrigo-me todos os dias no teu colo de embalar
Ainda que não saibas
Sabes
Abrigo-me no teu sorriso, no teu cabelo de Domingo
No teu sono alerta
No teu beijo na minha boca
Na minha manhã acordada
No espelho que fala
Abrigada sempre no teu Silêncio
Nas noites felinas e o teu colo invadido
E estás sempre em Silêncio
Com todas  as palavras feitas ou mortas
E choro vagarosamente, com cuidado porque não te quero magoar
Porque todas as palavras onde me abrigo são tão poucas perto daquilo que me fazes sentir
Sinto-te com quase tudo