Sunday, October 10, 2004

Despedida

Hoje olho a janela pela ultima vez
A rua será a mesma, com silêncios absurdos, com visões inesperadas
Amanhã, a memória que muitas vezes me deixou vazia, a rua que ficou despida
Ficará para sempre desenhada na alma que um dia se dirá minha

Os seus cabelos brancos contavam histórias que ninguem escuta em silêncio
O negro veste-se nela para não se ver a sua nudez
A pele riscou-se no tempo que se sobrepôe ao tempo
A sua voz era aquela que a sabedoria...
levou para um tempo que um dia será reconhecido
D. J. - R.I.P.


A senhora do prédio que circunda o meu suicidou-se
suicidou-se com os terrores que lhe lavaram a alma
numa casa iluminada pelo som das ondas do mar
foi morrer longe, para não se despedir tão perto
Distanciou-se de si
Para se sentir alguém
R.I.P.