Sunday, February 22, 2015

Olha o Sul de frente
O caminho do Mar com pés descalços
A areia a comer os cabelos
A espuma a respirar sereias adormecidas na costa
As conchas com gatos
As Rochas sem monstros
As pálpebras com Sol
A varanda a ressoar um livro com palavras Presentes
E um copo cheio de insultos silvestres
A beijar o coração selvagem com rendas de bilros a rir do lençol branco
O rádio no canto sem urtigas
Os dedos cálidos, sem calos velhos
A franja molhada colada no ventre
E todos os suspiros são o Sempre
Na lagoa que mira o Mar
Com os despojos de sopros
De dias quase iguais de serenos eternos
Com Bíblias debaixo dos cotovelos perto dos Lobos
Perto das coxas
A contar uma história
Quase tão irreal como a que se dita verdadeira
"Dos Gardenias para ti"
Sem guerras, para ti
E o desenho de um terraço sem gárgulas
Ausente de escarpas
Um pedaço de Alma
Em que vou dançar
O candeeiro ao lado da janela fuma um cigarro
E o candeeiro ao lado da janela fuma um cigarro
O candeeiro ao lado da janela fuma um cigarro
E o candeeiro junto da janela fumo um cigarro
E o candeeiro com a janela fumam um cigarro
E....

Saturday, February 14, 2015

Os cabelos negros debruados a branco com cinza a reescrever coisas quase possiveis
Inquietude no corpo
Amor na Alma com o Sol dentro
O Silêncio como resposta
O bolor a desaparecer com orações de corações viciados
E olhar a cidade debaixo, suspensa aos olhos da respiração


Um cruzamento com pedras a trepar as pernas de nódoas negras
e o turpor da voz solene,embriagada pelo encontro imperfeito
A razão no interior com um frasco de mel
E uma casa perto do mar
A poesia no subsolo
E o céu no peito

O corpo com olhos de gato e os dedos eriçados
O nenufar com dentes de leão afoga o espectro

O comboio a caminho de ruínas com solos calados
Adormece sentado com gotas de pouca chuva
As sirenes enrolam xailes brancos entre os lábios e as palavras

E os cabelos negros debruados a branco descruzam uma viagem
E os dentes fintam a pele

Uma casa sem escombros à volta, com dois corpos lá dentro
Tudo se escreve e o céu a escutar uma história com folhas seladas

A manhã adormece sem catástrofes
E o mar visita o lado esquerdo da mão

Monday, February 02, 2015

Os tremores repetidos da fuga adensam-se com uma memória que se escuta Presente
E todos os corpos que são quase dois desaparecem
A manhã olha a janela que não vê o mar
Tarda em escavar a estrada invisível,a viagem distante
O Rio sem ser o Mar
A rua deserta na quase meia noite e a Avenida que escorre na história de um Tempo
A Colina que foi Castelo
A noite de olhos azuis rendilhados de esferas transparentes
Insistem
Na coisa do Destino com rumores dentro de sons
Fantasmas dentro de fossas
E a Nova Aurora com corações em sentido
Debruça-se sobre a janela
A Nova Aurora tem muitos corações
Tocam o chão com folhas de Outono e relva de um azul Primaveril
Debruada com cicatrizes e ponto cruz
E os tremores repetidos são apenas catarse em fuga que se estendem no chão

Sem frio e com palavras

I.V.