Friday, November 14, 2014



Corpo seco
Corpo da terra
Telúrico
Mais olhos que palavras
Amor rude
Força terna
Carinho tenro
Dedos duros, fendas até tocar a árvore que morre
Até tocar sempre no silêncio
Até tocar a palavra depois das rugas e cabelos brancos e com lágrimas instantes
E chorar o Amor no tempo tarde demais
Uma varanda a tocar as nuvens e o corpo frágil
E o silêncio das tuas mãos fortes a segurar para o vento não levar
A tua verdade crua generosa e honrada
Amor pelas sementes puras
Com planícies, sóis quentes para acariciar à distância o coração
Procura a minha rua, não tenhas medo
Encontraste eu estou aqui
Encontraste
E visitaste as minhas paredes, o chão de madeira,sorriste,sorrimos,abraços e a cidade esculpida
Encontraste nos teus passeios solitários
Herdei-te nos passeios solitários, o silêncio
Telúrico a tocar céu
O pouco de mim que posso dizer de ti
O desejo dos teus olhos estão perto de encontrar
A Paz que que queres tocar

Avô (José Soares Pires)


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