Tuesday, March 01, 2011

A manhã
Um sinal sonoro e a minha boca ouve o ruído
Uma manhã Presente e o corpo ressuscita
Os corpos deambulam pelas extremidades e por dentro
Bem fundo, para não se esquecerem
A quase noite
Apressa-me o corpo
O regresso
Em, voz, não em surdina, em voz, em cada palavra, a cada passo de uma sílaba bem dedilhada
Vou zelar pela lã cor de rosa que se enleia nas agulhas das estações que passam
O comboio a correr para apanhar o outro
As janelas cruzam-se e vários olhares mergulham
Cabelos, curtos, compridos, outros apanhados a voar pelos assentos estáticos mas não silenciosos
"Ouvi o carro, fui para a cama. Depois levantei-me, vesti a bata e fui buscar uma faca á cozinha..."no more songs for my silent hears...
Os carris ecoavam-lhe na cara, perto dos olhos
As agulhas paravam a lã cor de rosa que se desfia, á medida que as suas palavras tocavam os olhos despertos
Desfia palavras, não mundanas, as de si para si, ouvidas pelo mundo para se ouvir a si própria
Tears are dry, smile with pride
Clarice no meu colo, embalada, com a cara virada para baixo
Não se mexeu
Next stop: Myself
Até onde vai a lã cor de rosa desfiar-se?
Next stop: a lost train

No comments: