Friday, June 24, 2011

À minha Mãe Rita à Tânia e à Julieta

A Morte, a Vida, a despedida, o conforto, o desconforto, o medo de não mais tocar o corpo que partiu, a Mãe que deu à Luz, a Mãe que educou, teve medo, a Mãe que beijou abraçou, ensinou palavras sábias e foi guerreira. A Mãe que nos dá um beijo ao deitar e chama a Razão para dentro de nós, o Coração para fora de nós, que passa a mão pelas nossas cabeças redondas e as faz ainda mais redondas, que nos faz sair da redoma e nos empurra para viver, aos poucos ou com tudo ao mesmo tempo, com lágrimas ou sem elas, com suspiros ou refugios, a correr ou em câmara lenta, na noite ou no dia, com ou sem, mais ou menos, falhas perfeitas, demónios com asas de anjos ou apenas anjos que dormem, acordam, no primeiro beijo do seio que alimenta o corpo e alma e nos faz ser gigantes e sorri até as rugas se arrastarem pelo Tempo que é nosso e de outros, dos desconhecidos que não sabemos história, dos nossos que sabemos coisas saltitantes ou nem tanto...
A Ela, agarramo-nos com todas as forças que temos,porque a queremos para nós Sempre. Fingimos que não ouvimos o que não queremos ouvir, sussurramos-lhe ao ouvido, pé ante pé, para não nos assustarmos...Ela já sabe antes de nós sabermos que as coisas não são permanência ou impermanência, levam-nos sempre nos dentes,onde quer que vá, não nos deixa nunca, lambe-nos as feridas suavemente com língua áspera ou sedosa, felina ou canina, humana, intuitiva, eterna, moderna, eterea,carismática, suave, frágil,forte,suada, bela,simbólica, metafórica,aguda ou grave, tanto ou pouco, a dizer coisas em profundo modo, com risos ou séria, sempre a respirar por nós e por elas, sempre a sentirem as coisas más e boas, sem pudores disléxicos ou métricas inoportunas que não fluem. Sempre alerta com ou sem sentido, mas sempre alerta, porque a cria está primeiro, e as garras soletram-se uma a uma, e estão lá para nos fazer escapar da penumbra, da sombra, do invisivel que não é sadio, do visivel que se estampa nas nossas paredes. Aceitam, aceitam-nos,convictas,com verdade que nos passa pelo ombro, para trás de nós e não conseguimos voltar a cabeça para o Passado ou o Presente, porque já estamos no Futuro e desejamos viver com tudo.
Porque o almoço, o jantar, o lanche, ou a pequena coisa para trincar é sempre importante para não desfalecermos nesta incógnita corrosiva ou airosa que nos faz acordar, respirar, resmungar, sentir e adormecer. E a Mãe é sempre mágica porque nos cala com uma boa frase ou uma boa refeição, pensa em tudo até como nos devemos , sentir e Ser, mas sempre no caminho de um bom Pecado.
Mãe, MÃE, mÃE, mÃE, mãe, Mãe, Mãe,Mãe, esta palavra nunca me parece disforme....
Mama Rita I Love You.


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