Onde estamos nós para além de passos pequenos que se diluem em pequenas frases?
Os passos levitam entre lençóis transparentes
O acordar ao adormecer, o adormecer ao acordar
o duelo dos perdões
as espadas em dedos férteis
A insónia
Os seus mártires em pousio
O solo incandescente, quase adormecido
a dançar em braços apertados com um tronco de memórias
Lê-me
Incógnito
Quase cego
Por entre as gorduras ofegantes das coisas boas e o esqueleto do esquecer
E estamos nós em passos pequenos
a esmagar lentamente o que fomos em perpétuo ruído
o bem e o mal
o silêncio e o absurdo
o toque e a devastação
o Dilúvio e o Paraíso
o Encontro e a Morte
o Terço e o Nada
Ouvindo aos poucos, com sem quase sentido para não soar a coisa não Eterna
Eu sei onde adormeço os meus pés
Thursday, December 27, 2012
Monday, November 12, 2012
Onde ressoei
Onde estive em leves passadas ao cair da noite, na avenida larga de sapatos vermelhos
Onde vos vi
Ao compasso de degraus com barbas escondidas
Os cobertores numa recita desconhecida
E os olhos ao sinal verde avançam para espreitar os olhos invisiveis
Passo
Estão comigo
Passo
Estão comigo
Passo
Eu indo
Passo atrás
Eu estou
Passo atrás
Olhos
Olhos
Gesto
Palavras
Eu vou
Nós vamos contigo
Obrigada
Avenida. ,eu o cão e o homem
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Monday, October 15, 2012
Os sonhadores de sonos perpétuos visitam a cidade
O rio ruge a sua ferida
E as almas das águas profundas abraçam a calçada
Ouvem-se vozes ao fundo
Aquelas que se calam na vingança do dia eterno
O jardim das Oliveiras cantam estáticos
sentados nas suas raízes inférteis
A terra treme devagar
E os sonhadores de pés levantados a tocar as luzes ao fundo, para além do rio
Olham os olhos uns dos outros, revolucionam-se
Escravizam-se nos seu sonhos
tocam o mel
A barata está morta
A osga esconde-se
E a casa é já ali, no sossego do sono
Onde a janela tem um candeeiro no seu lado direito
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Thursday, October 11, 2012
Mon Café
Onde me sentes tu que fugiste para não me olhar?
Onde te quero sentir que não te vejo?
As minhas mãos tocam as coisas sem te ver por perto
Já a minha memória sente os teus olhos, a tua boca
Saudades tuas
Do teu coração
E das coisas que não dizes a cada passo que o dia avança sem descanso
Dos teus dias perto do nosso corpo
Das manhãs ruidosas ou em silêncio
e nós dentro delas
Nós em ti
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Thursday, July 26, 2012
O vazio cheio, o cheio de vazio, o vazio e as coisas para além de coisas
O corpo e a pele e as coisas com essas coisas e o som dos murmurios e qualquer momento
que não é qualquer momento. É aquela viagem do ano passado com a curta instância dos dias de agora.Os olhos fechados com a areia do ano passado e a camisola a vestir-me o sono porque o vento insistiu, num sentido onde não me encontro, cheia de pedaços, aos poucos, desmembrados ou susurrados, aos poucos a sorrir numa efeméride de rosas ou sem elas. Numa virtude mouca ou oca com os dedos dentro do peito.
A acordar num nenufar mas sem silêncio porque o silêncio é destemido e fugiu e a barriga é maior que a minha.
Os Tritões procuram sereias com pernas a degolarem poemas de um chapéu tricolor e os meus pés não se molharam na água santa
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Sunday, July 15, 2012
Hoje todas as coisas se vestem de linho
Até as palavras me parecem um linho quase desfeito
Porque me parecem vielas onde eu quero ir dar
Para não me socorrer da fuga a que pertenço
E alguém veste uma blusa de linho que se transparece no corpo vago
no meio sexo , no meio olhar, na mea culpa de qualquer coisa
que está agarrada por dentro
só se mexe com o ruído de uma dor não exacta
aquela do ventre
aquela que é profunda e quase anónima
aquela que vem do princípio e que não tem fim
e que se espalha lentamente como se fosse o refrão do corpo
a falar pela alma
No linho vejo a tua sombra, os teus lábios solenes, quietos, quentes
Aguardando uma palavra sem sentido
Mas a que esperas ouvir
sem o pudor na mãos mas com ele dentro
O que se não quer ouvir ,mas que se sente
aos poucos, devagarinho, a respirar
em bicos de pés
A textura a sair da boca transparente
com laivos brancos, rugosos,secos
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Friday, July 06, 2012
Vem de trás o que é silêncio
Uma manhã no teu solo, os vestidos dançam
As palavras aquecem
E o comboio parte
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Monday, July 02, 2012
Dentro de mim e de areia nos pés
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Sunday, July 01, 2012
Vou lembrar-me de todas as palavras que disse e daquelas que não sei dizer
Das palavras que esqueci o movimento porque não as soletrei a tempo perdido
Das palavras que ainda quero sorrir porque envelheci dentro de nada
das palavras que me fizeram suar por te amar naquele momento em que existias de olhos fechados sem sons deambulantes a magoarem os ouvidos
Dormir a um só corpo está para além do entendimento do prazer
A virtude de te ver sorrir, mesmo com lágrimas, é aquela que me faz buscar o sonho
de te querer entender
Dentro do Absoluto vou fechando os olhos para não fugir
Dentro de mim o Absoluto de um Só Absolvido
Sem cicatrizes do Só em mim
E dançar por me sentir em Si Só
E tudo existe para além destes "rebuscanços" de uma hora tardia
Em que a manhã vai "rebuscando" e o gato passeia na madeira do chão
E o Absoluto está Presente nos nós dos dedos
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Thursday, June 21, 2012
A entrar no meu Tempo vagarosamente sem me perturbar repentinamente
A entrar no meu Tempo sem o céu escurecer para me esconder
e os Homens pequeninos que se evadem pela manhã
Pausam-se
Os meus dedos colhem os Homens pequeninos
E a Senhora Gorda que ontem não caiu
Olhou-me gorda pela manhã
A tarde frustrou-me
e fui alada ao outro lado do rio
regressei à cidade da minha Luz
Abracei Nova Iorque de tranças
E as coisas com sons foram sendo coisas
E desapareci a subir pelos meus pecados de silêncio
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Saturday, June 09, 2012
Quantas não sou eu mais de mim e quero ser mais, com o interludio provavel de ser eu
Com as escamas minusculas que vão caindo para o chão
Prateadas num solo escondido de negro
Com vestidos que foram saias noutras guerras esculpidas
Quantas não sou eu mais de mim e quero ser medo, com o interludio provavel de ser eu
com pés cheios de líquido de uma dança sorridente
no desejo de uma madrugada com lábios pretos de expressão
e os ventos que fazem cair o tecto de neve por cima de cabelos pensantes
Quantas não sou eu mais de mim e quero ser livre dos pós da memória que ainda não chegou
Presente receio de me afundar nos olhos de alguém e não respirar nas histórias que se contam
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8:56 PM
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Saturday, June 02, 2012
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Wednesday, May 30, 2012
Põe-me de guarda ao canto da boca que adormece todos os dias...
Uma sentinela, vagarosa, impaciente que conta todos os cordeiros da noite que vivem na memória dos outros.
Atravessei o rio, escutei uma musica que não uma valsa, uma musica antes de mim
Tive a memória daqueles que a viveram
os seus passos solenes, os seus toques entre corpos, os olhos em olhares que se vão despindo com a boca entreaberta e a respiração soletrando aquele momento de qualquer coisa que se quer para além do que se move
O existir antes da vontade, o existir antes do desejo
Caminhei depois do barco se afundar num riacho pela colina que leva ao Sol antes de ele se deitar
Esvaziei a colina com as pálpebras entreabertas
Sorri para uns olhos que me assaltaram , saídos de uma porta de madeira, solene, contadora de histórias
Passei de mansinho, porque nada mais havia a falar
A caminhada prossegue com suspiros e palavras de mim para mim
Palavras minhas que me perseguem na cidade, com um solo a rastejar pela calçada, invisível...
Os meus ossos dançam neste caminho cheio de coisas cheias, os pés levitam do chão porque estou ali
E sou uma turista de olhos alegres, porque ali passo em mim, porque vou ecoar naquela rua, sem dormências do medo de ser alguém, porque os olhos se cruzam anónimos e os sorrisos são livres e a multidão é individual aos meus sons internos/eternos.
Escuto/Escuto-me
E será assim, uma caminhada em só maior com os dentes bem afiados...
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Monday, May 28, 2012
Quantos movimentos quebrados até a boca se roer em câmara lenta?
Nada se perpetua, porque antes o esquecimento toca
E o menino encostado deixa cair uma lágrima de ouro
E as mãos umas contra as outras imitam-se em sons de anjos terrestres
Os olhos polidos de cactos verdes, mordem o liquído
Onde todos não entendem as palavras sossegadas
E vamos ficando constrangidos, aos poucos, tocando ombros, dedos mãos,
até não chegar à alma que tem a língua afiada
asinha,asinha, em língua antiga
o segredo é antes de ser uma galinha
sai uma mulher de um táxi e não é antiga
Este é o som que invade uma rua que ainda não é deserta porque espreito à janela com o meu crepusculo
Antecipado
As coisas dos dias vão olhando para trás enquanto eu não digo uma vivalma
Porque estou em mim, nesta liberdade bela e caótica, um quase vício
O esplendor de morder as unhas aos poucos até se tornarem carne
Arreliar os meus olhos com pudores pensantes
Odiar o som dos outros porque estão perto da minha solidão
E não querer/crer mais nada senão uma tempestade de vazios com corpos que se mexem de vez em quando
E os felinos dormem
E a minha boca adormece
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Saturday, April 21, 2012
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Monday, January 16, 2012
Absolute Beginners -- David Bowie (Lyrics Included)
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Sentada, com um cigarro no canto do dedo
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