Quantos movimentos quebrados até a boca se roer em câmara lenta?
Nada se perpetua, porque antes o esquecimento toca
E o menino encostado deixa cair uma lágrima de ouro
E as mãos umas contra as outras imitam-se em sons de anjos terrestres
Os olhos polidos de cactos verdes, mordem o liquído
Onde todos não entendem as palavras sossegadas
E vamos ficando constrangidos, aos poucos, tocando ombros, dedos mãos,
até não chegar à alma que tem a língua afiada
asinha,asinha, em língua antiga
o segredo é antes de ser uma galinha
sai uma mulher de um táxi e não é antiga
Este é o som que invade uma rua que ainda não é deserta porque espreito à janela com o meu crepusculo
Antecipado
As coisas dos dias vão olhando para trás enquanto eu não digo uma vivalma
Porque estou em mim, nesta liberdade bela e caótica, um quase vício
O esplendor de morder as unhas aos poucos até se tornarem carne
Arreliar os meus olhos com pudores pensantes
Odiar o som dos outros porque estão perto da minha solidão
E não querer/crer mais nada senão uma tempestade de vazios com corpos que se mexem de vez em quando
E os felinos dormem
E a minha boca adormece
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