Wednesday, January 24, 2007

Hoje foi um dia cheio de luz!
Desde que o novo ano espreitou na minha boca que não me saboreava tão plena.
Há dias assim, raros, mas tenho a certeza que daqui para a frente se tornarão um quase vício.
Depois de um dia em que visitei várias vezes o Metro(Avenida, S. Sebastião, Sete Rios,Avenida, Baixa Chiado), um palmilhar fortuito de cabines escorregadias que me escapavam por entre os dedos curtos, fechei os olhos e abençoei este dia.
Se te disser que as coisa simples foram as mais inebriantes e mágicas, talvez não passem de uma coincidência ancestral com a realidade imperfeita.
Estive com a minha prima (que abençoo como se fosse irmã. Ela contou-me um segredo.)
O meu dia prosseguiu, apressadamente nas cabines escorregadias,rolantes ,de várias vidas silenciosas.
Cheguei ao submarino amarelo (diga-se: Escola Superior de Teatro e Cinema, prestes a falir porque o dinheiro foi comprar cigarros e não voltou), tudo correu bem.
Vozes que me falaram de projectos e projectos que se acordam e se assumem senhores de si mesmo , espancam-me o ouvido beijando-o carinhosamente.
Um entrar em casa para fazer tempo para uma audição.
Audição:Teatro São Carlos para figuração nas Valquírias.
As horas despejaram-se languidamente nas paredes de uma casa em Lisboa e os meus passos tremeram as calçadas e as cabines.
Quando o meu olhar alcançava o nobre edifício, de uma audição ainda incógnita, a Dona Ana, senhora que vende a revista Cais, me assaltou o olhar e o meu corpo sorriu. Comprei uns postais. Sou a Bruxa da Bondade, uma Fada, é isso, nas suas palavras que me fizeram feliz.Aquela voz e aquele corpo com o almoço da minha abençoada irmã e o segredo que partilhou comigo, fizeram do meu dia quase uma paraíso solene, silencioso só para mim.
Fiquei na audição, cremando pescoços com dentadas subtis.
Todo o meu dia ecoou ao chegar a casa, num sonâmbulo prazer.
Desejo que todos os teus dias se iluminem com todas as coisas simples.
Elas existem, nós não as vemos

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